Como Implantar o Ministério de Aconselhamento na Igreja
Introdução
Essa aula tem o propósito de estabelecer alguns
princípios práticos para implantação do ministério de aconselhamento na igreja
de forma simples.
O aconselhamento é de extrema importância no seio
da igreja para que haja saúde emocional e espiritual de seus membros, sem ele
como diz o texto de provérbios o povo fica sem direção e resultando em queda.
“Não havendo sábia direção, cai o povo, mas na
multidão de conselheiros há segurança.” (Pv 11:14)
“A morte e a vida estão no poder da língua; que bem
a utiliza come do seu fruto.”
(Pv 18:21)
Por mais que não venhamos a
participar diretamente de um ministério de aconselhamento, todos nós temos uma
responsabilidade de aconselhar. Aconselhar envolve características básicas de
um relacionamento cristão, como confortar, consolar, exortar, edificar,
repreender em amor, direcionar e etc., tudo isso flui naturalmente e de maneira
informal em relacionamentos onde os princípios de Deus são observados.
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de
misericórdias e Deus de toda consolação! É ele que nos conforta em toda a nossa
tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a
consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus.” (2 Co 1:3-4)
Antes de falarmos os
princípios, vamos responder a seguinte pergunta: Por que ter um ministério de
aconselhamento na igreja?
Enquanto os líderes não se
conscientizarem da importância, e urgência principalmente nos dias que atuais
desse ministério em suas igrejas, as pessoas sofrerão de falta de direção e
queda em momentos críticos de sua vida.
Entendendo os tempos
“Quem guarda o mandamento não experimenta nenhum mal; e o coração do sábio conhece o tempo e o
modo.” (Ec 8:5)
Conhecer o tempo que vivemos
é de extrema importância para sabermos o modo que devemos atuar e quais as
ferramentas devemos usar.
“prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer
não, corrige, repreende, exorta com toda
a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã
doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias
cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à
verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas,
suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu
ministério.” (2 Tm 4:3)
Aconselhar é corrigir, repreender, consolar e
exortar com paciência e amor.
“Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão
tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos,
arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes,
desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos
do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos
de Deus, 5tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também
destes.” (2 Tm 3:1-5)
Esse texto fala dos dias que
vivemos, e atribui a dificuldade dos últimos dias à qualidade de caráter das
pessoas que viveriam nesses dias, são 18 características. Por causa dessas
características as pessoas estão cada vez mais adoecidas da sua alma, sem
referenciais, buscando em fontes erradas a resposta para seus dilemas, se
afundando cada vez mais num lamaçal de pecados e feridas emocionais. É
justamente por isso que o ministério de aconselhamento é tão necessário nesses
dias como nunca antes.
Como muitos de nós as
pessoas virão à igreja buscando perdão, restauração e direção, e elas precisam
encontrar pessoas sóbrias, maduras e conhecedoras da palavra para que possam
auxiliá-las, na sua restauração e libertação.
Cinco princípios práticos para iniciar um ministério de aconselhamento
na igreja.
1 - Oração - Tudo que nos
propormos a fazer em nossa vida deve iniciar com um tempo dedicado a oração, um
tempo de relacionamento com nosso Pai. Sem esse tempo de oração concentrado não
teremos clara direção de Deus e teremos uma grande chance de errar e empreender
coisas que o Senhor não nos pediu. Devemos orar para que Deus direcione as
pessoas que vão trabalhar nesse ministério. Pessoas erradas com certeza vão
comprometer todo o ministério.
“Naqueles dias, retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite
orando a Deus. E, quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu
doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos.” (Lc 6:12-13)
Nesse ministério existem pessoas que pensam que
foram chamadas por Deus e as que realmente foram, precisamos buscar essa
direção no Senhor para que seja um ministério composto por pessoas escolhidas
pelo próprio Deus.
2 –
Enfatizar os dons – Existe uma triste realidade na igreja atual de
não mais enfatizar os dons, mas, trabalhar por necessidade, por exemplo, quando
falta um professor para a classe de crianças coloca-se qualquer um que estiver
disponível, sem se preocupar se pessoa possui os dons necessários para
trabalhar naquela área. Essa maneira de agir compromete significativamente o
resultado do trabalho e gera um desgaste desnecessário na pessoa que se submete
a trabalhar pela necessidade da igreja e não baseado em seus dons. Deveríamos
nos envolver somente em ministérios que fomos capacitados por Deus através de
seus dons. Isso deve ser priorizado no ministério de aconselhamento para que
ele alcance o resultado esperado e permaneça. Alguns dons são necessários para
se trabalhar com esse ministério.
“A manifestação do Espírito é concedida a cada um
visando a um fim proveitoso. Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo
o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento; a outro, no mesmo Espírito, a
fé; e a outro, no mesmo Espírito, dons de curar; a outro, operações de
milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento
de espíritos; a um, variedade de línguas; e a outro, capacidade para
interpretá-las. Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas,
distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente.” (1 Co 12:6-10)
- Palavra de sabedoria: É a capacitação
divina para entender, explicar claramente e aplicar a Palavra de Deus,
resultando em vidas que se tornem mais semelhantes a Cristo. As pessoas com
esse dom:
* comunicam verdades bíblicas que estimulam maior
obediência a Palavra de Deus;
* desafiam os ouvintes com as verdades das
Escrituras de forma simples e prática;
* apresentam todo o conselho de Deus para efetuar o
máximo de mudanças nas vidas;
* dão atenção aos detalhes e à precisão;
* preparam-se através de um extenso tempo de estudo
e reflexão.
Quando as pessoas chegam até nós buscando
aconselhamento, elas vêm com uma expectativa de que receberão uma direção sábia
da parte de Deus para sua vida. Sem a sabedoria divina em muitos casos
ficaremos perdidos como conselheiros, correndo o risco de levar a pessoa a
decidir de forma errada.
- Palavra de conhecimento: É a capacitação divina para trazer a verdade ao
corpo pelo discernimento ou entendimento bíblico. As pessoas com esse dom:
* recebem verdade que as capacita a servir
melhor o corpo;
* estudam as Escrituras para obter
discernimento, entendimento e verdade;
* adquirem conhecimento que não é obtido por
meios naturais;
* têm sabedoria ou entendimento que servem à
igreja;
* organizam informações para ensino e uso
prático.
Esse dom muitas vezes é
usado por Deus para destravar a pessoa que está sendo aconselhada. Quando o
conselheiro recebe uma revelação de alguma área da vida da pessoa que não
poderia ter de outra forma a não ser de forma sobrenatural de Deus, normalmente
o aconselhado percebe a ação divina e se abre para o tratamento.
-
Discernimento de espíritos: É a capacitação divina para distinguir entre a
verdade e o erro, discernir os espíritos, diferenciar entre o bem e o mal,
certo e errado. As pessoas com esse dom:
*
distinguem a verdade do erro, o bem do mal, motivos puros dos impuros;
*
identificam atitudes enganosas em outras pessoas com precisão e de forma
apropriada;
*
determinam se uma mensagem atribuída a Deus é autêntica;
*
reconhecem incoerências no ensino, mensagem profética ou interpretação;
*
podem sentir a presença do mal.
Esses dons são relacionados ao aconselhamento. A maioria
dos conselheiros possui pelo menos um desses dons. Normalmente muitos possuem
os três, facilitando assim o processo de aconselhamento.
3 – Trabalhar com pessoas maduras – A maturidade impedirá o
conselheiro de cair em alguns enganos do diabo, o principal deles é a soberba.
“não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na
condenação do diabo.”
(1 Tm 3:6)
Embora esse texto
esteja se referindo ao bispo, pode ser aplicado a qualquer ministério, principalmente
ao de aconselhamento. Pessoas imaturas que trabalham com esse ministério têm a
tendência de se tornar soberbas, de se envolver emocionalmente com o
aconselhado, de ser parcial, de dar opinião pessoal e muitos outros erros.
4 – Trabalhar com pessoas que tenham a vida resolvida – Como esse
ministério é baseado em confiança, a pessoa que busca o aconselhamento precisa
ver no seu conselheiro aquilo que ele está ensinando.
“Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora,
a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo.” (1 Tm 3:7)
“Porque Esdras tinha disposto o coração para buscar
a Lei do Senhor, e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e
os seus juízos.” (Ed 7:10)
Antes de ensinar é
necessário passar pelo buscar e cumprir. A maior dificuldade que encontramos no
ministério de aconselhamento é a desconfiança das pessoas, por causa de líderes
que pregam, mas não vivem.
5 –
Investir em treinamento – Por mais difícil que o treinamento seja ele não
se compara com a guerra. Nunca deveríamos desprezar o tempo do treinamento,
esse tempo quando bem aproveitado pode ser o fator determinante do nosso
sucesso diante de algumas situações, nos livrando de cometer erros que
comprometerão o resultado do trabalho.
Quando estamos bem treinados temos confiança e
principalmente transmitimos confiança, é muito fácil perceber numa pessoa se
ela está ou não preparada para aquilo que se propôs a fazer. E por outro lado é
muito ruim se expor a uma pessoa que vemos claramente não tem preparo para o
que está fazendo. Imagine-se diante de um médico que você percebe que não está
preparado para te atender, como se sentiria? É o mesmo sentimento que uma
pessoa tem quando se depara com um conselheiro despreparado.
Precisamos
conhecer profundamente a palavra, pois, todo o aconselhamento cristão deve ser
totalmente pautado na palavra.
“Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as
Escrituras nem o poder de Deus.” (Mt 22:29)
Conhecer
o poder de Deus sem conhecer as escrituras, satanás pode encontrar lugar para o
engano.
“O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta
o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te
rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste
da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.” (Os 4:6)
O sucesso do ministério de aconselhamento na igreja
depende diretamente da qualidade do caráter dos conselheiros que o compõe.
O Caráter do conselheiro
“Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja
o episcopado, excelente obra deseja. Convém
que o bispo seja irrepreenssível, marido de uma mulher, temperante, sóbrio,
honesto, hospitaleiro, apto para
ensinar, não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não
avarento; que governe bem a sua
própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia; porque se
alguém não sabe governar a própria casa, terá cuidado da igreja de Deus? Não neófito, para que
ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora,
para que não caia em afronta, e no laço do diabo.” (I Tm 3:1-7)
1) Irrepreensível
Exemplar, ter boa fama
reservadamente, inatacável pela boa reputação, sem culpa, íntegro. De certa
forma, ser irrepreensível embute vivenciar todas as demais características
posteriores que Paulo cita a Timóteo.
-
Ser irrepreensível não quer dizer que você está sempre certo em tudo. Você deve
assumir quando está errado sendo ensinável.
-
Ser irrepreensível significa não escondermos nem fugirmos da realidade acerca
de nós mesmos.
O poder vem da posição, a autoridade vem do
caráter.
2) Marido de uma só mulher
Marido de uma só mulher fala da nossa conduta de perseverança em manter
o relacionamento conjugal saudável onde o respeito, o entendimento, o
compromisso são marcas registradas do amor. O amor sem estes elementos, nada
mais é que um sentimento superficial, inconstante e transitório.
Também está relacionado com a mente, muitos homens são maridos de uma só
mulher na vida, mas, na mente estão casados com várias mulheres, adulterando em
seus pensamentos, pessoas que ainda não venceram essa área não estão aptas para
o aconselhamento, devido a muitas vezes ter que aconselhar pessoas do sexo
oposto. Esse tem sido um dos fatores que destroem o ministério de
aconselhamento na igreja.
Uma vitória no relacionamento conjugal é um
dos caminhos mais estreitos no que diz respeito à qualificação de um
libertador.
3) Tempreante
É o oposto de temperamental. É
uma pessoa que sabe se dosar, que sabe estabelecer limites necessários para
cada um de seus relacionamentos.
Para ser temperante
tem que ser disciplinado e prudente.
- Definição: é a pessoa que está em controle de si mesmo, tendo a força interior de
controlar os desejos próprios, como também suas ações e principalmente suas
reações.
Impulsividade não resolve muito em liderança. Na maioria das vezes só atrapalha."...o que se apressa com seus pés
peca." (Pv 19:2-b)
4- Sóbrio
"Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual
seja a esperança da vossa vocação, e
as riquezas da glória da sua herança nos
santos; e qual a sobreexcelente grandeza do seu poder sobre
nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder." (Ef
1:18,19)
A sobriedade é fruto de saber definir as coisas e
a vida. Desfrutar de um entendimento claro e completo. (I Pe 1:13)
Pergunta errada resulta numa resposta errada que resulta num conceito
errado. O resultado final é uma gama de preconceitos que limita cada vez mais o
poder e a universalidade do Evangelho.
Ex: O que é a
igreja? ou Quem é a igreja?
Se você sabe definir de maneira certa, você vai ter
as respostas certas.
- Sobriedade é o
oposto de fanatismo e cegueira. Sobriedade é agir com inteligência e segurança
sob a inspiração do Todo-Poderoso.
5- Honesto - No grego: (Kosmion) ORDEIRO
Implica em comportamento ordeiro como também no cumprimento dos deveres
e o ordenamento da vida interior, da qual surge o comportamento exterior.
Alguém que tem a habilidade de ordenar a sua vida de maneira honesta.
É alguém que possui sua vida moral organizada.
A base de uma liderança
equilibrada sempre será através do amor e confiança. O exercício de uma liderança equilibrada sempre será através da
liberdade e respeito.
Você nunca
conseguirá liderar de fato uma pessoa que não tem o seu consenso. Por isso impor
6) Hospitaleiro
- Original grego - Hospedar em si aqueles que são diferentes de nós, ou
seja, receber de bom coração as pessoas, ainda que elas tenham uma opinião
diferente da nossa.
7- Apto para ensinar
No grego: Didaktikos - capaz de ensinar
“E rejeita as questões loucas, e sem
instrução, sabendo que produzem contendas. E ao servo do Senhor não convém
contender, mas sim ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem,
a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conecerem a verdade, e
tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que a vontade dele
estão preso.” (II Tm 2:23-26)
Este texto mostra
alguns pontos importantes do ensino:
a) Rejeitar as
questões loucas e sem instrução.
b) Estar na postura
de um servo.
Jesus disse: "...não queirais ser chamados mestre,
porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois
irmãos." (Mt 23:8)
Tiago disse: "Meus irmãos, muitos de vós não sejam
mestres, sabendo que receberemos mais duro juizo." (Tg 3:1)
É muito importante
um coração certo para não errar de espírito, caindo no laço da concupiscência
de honra. Paulo disse: "A ciência
incha, mas o amor edifica".
c) Não entrar em
contendas.
Contender é o
avesso de ensinar. Contenda sempre gera antipatia e inimizades.
d) Ser sofredor.
Ser tolerante e
paciente com as pessoas. Muitas vezes o que as pessoas mais precisam é de
pessoas que sejam pacientes para que elas possam aprender.
e) Instruindo com
mansidão os que resistem.
Esta é uma tremenda estratégia de batalha espiritual que quebra os laços
do diabo, fazendo do ensino uma espada aguda: agir no espírito oposto.
Se você age com um avarento mostrando generosidade, mais cedo ou mais
tarde você vai mudar a vida dele.
Você só vai despedir alguém em paz, como Jesus o fez, conciliando ao
ensino o espírito correspondentemente oposto ao espírito que subjuga a pessoa.
8) Não dado ao vinho
Um conselheiro precisa ser um exemplo a ser seguido em tudo. Sabemos que
o pecado não reside no fato de beber, mas em ser dominado pela vontade de beber.
No grego, este termo "não dado ao vinho" é
"paroinos" que significa alguém que senta-se por muito tempo com o
seu vinho, escravo da bebida.
9) Não violento
No grego é "plékates", que significa pessoa colérica,
irritadiça, violenta, hostil, afeito a brigas e discussões.
Um conselheiro inclinado
à ira, de temperamento quente e precipitado vai, com certeza, afastar muito mais do que aproximar as
pessoas de Deus.
Normalmente, as pessoas que
seguem este tipo de líder, são pessoas adoecidas pelo medo e insegurança.
Querem resolver o vácuo de insegurança que sentem, e acabam numa submissão cega
e doentia. Ao invés de se tornarem discípulos, se tornam parasitas.
Tudo que um conselheiro violento vai conseguir é levar seus seguidores a
um colapso de insegurança mais forte, a uma escravidão da personalidade mais
acirrada.
Escravos são dominadores e pessoas livres servem. Por este princípio moral podemos estabelecer o
nível de liberdade que dosa nossa liderança.
10) Cordato, Moderado
No grego é Epieikes, que significa equânime, paciente, gentil. Isto é
justamente o oposto da contraindicação anterior: violento, espancador.
A força e a violência é a prova de que não se tem argumento e sabedoria
para guiar e liderar alguém. Por isto, a falta de moderação desqualifica a
pessoa para uma liderança.
11) Inimigos de Contendas - Pv 6:16-19
É alguém que é a favor da paz, que dá valor à unidade, que zela pela
amizade das pessoas. A contenda separa, cria inimigos, barra relacionamentos,
tira a paz.
12) Não avarento - Não amante do dinheiro
Quanto mais avarentos formos, mais estaremos amarrando as mãos de Deus.
Acredito que uma
das áreas de maior batalha espiritual na obra de Deus reside no aspecto
financeiro.
Como conselheiros, vamos, muitas vezes,
passar por provas financeiras.
Em Jz 17:5-13 vemos a história de um jovem líder que tinha um chamado de
Deus. Ele vinha de uma familia de sacerdotes. Apesar de Deus ter uma aliança
ministerial com aquele jovem levita, na verdade, ele estava em busca de comodidade e conveniências (vs.8). Era um
líder que queria vantagens profissionais e acabou tendo a infelicidade de
achá-las (vs.10).
13) Governe bem sua própria casa
"Que governe bem a sua própria casa,
tendo seus filhos em sujeição, com toda a modestia.
Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja
de Deus?" (I Tm 3:4,5)
A tônica aqui não é apenas ganhar os filhos para Jesus, mas ganhá-los
para nós mesmos.
A palavra modéstia (dignidade),
no grego, descreve a característica do homem que se porta com a perfeita
combinação de dignidade e cortesia, independência e humildade em relação aos
companheiros. A palavra evita a sugestão de frieza e retém a idéia de respeito
natural.
"E vós, pais, não provoqueis a ira a
vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor." (Ef 6:4)
Este versículo toca num ponto chave no que diz respeito a criar filhos:
Paulo propõe a combinação vital de doutrinar os filhos sem provocar no
coração deles rebelião ao Evangelho.
Tem que existir alguma coisa errada no
governo dos pais quando constata-se que quanto mais se doutrina os filhos, mais
estes se tornam rebeldes e irados contra o Evangelho.
14) Não neófito - Para não se ensoberbecer
No grego é Neofitos que significa recém plantado, novo convertido. A
palavra era usada no sentido literal de árvores recém plantadas.
Dificuldades que um conselheiro encontra
Por que
Algumas Pessoas não são Libertas?
1 – Falta
com a verdade – " e
conhecereis a verdade em e a verdade vos libertará." (Jo 8:32)
Existem pessoas que mentem na libertação e outras
que sonegam verdades fundamentais.
Obviamente que em ambas
estas situações a pessoa fracassa em superar a vergonha que sente e opta por
ficar na defensiva em relação à reputação. Por trás de toda mentira existem
rígidas estruturas e orgulho que abrigam
e sustentam os demônios e suas maldições. "Se confessarmos os nossos pecados, o ele é fiel e justo para nos
perdoar os pecados de, e nos purificar de toda a injustiça" (I Jo 1:9).
Normalmente, quando uma pessoa busca libertação de
demônios sempre existirá um pecado específico para ser confessado. Quanto mais
difícil um pecado é de ser confessado, tanto mais forte ele impõe um
aprisionamento espiritual. Estas fortalezas mentais são o verdadeiro alicerce
para uma destruição maligna na vida da pessoa. Deus não exige que confessemos
todos os pecados que cometemos em toda nossa existência. Seria como estourar um
travesseiro de penas e catar cada uma a delas. Mas às vezes um determinado
pecado foi a porta por onde se desencadeou um processo de derrota nas nossas
vidas. E até que isto seja reconhecido e confessado todo processo fica travado.
A pessoa pode passar
por dezenas de libertações com os melhores libertadores, porém, enquanto não
dizer toda a verdade jamais será livre.
2 – Falta de arrependimento – "O que encobre as suas transgressões
nunca prosperará; e mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia"
(Pv 28:13)
Depois da confissão o passo fundamental é o
arrependimento, ou seja, após confessar precisamos deixar o pecado. Quando
resolvemos firmemente deixar a prática do pecado, imediatamente tocamos a
misericórdia de Deus. Muitas pessoas querem libertação para se verem livres das
conseqüências desconfortáveis da opressão demoníaca.
Mas esta não é uma razão suficiente. Não podemos
desfrutar de uma genuína liberdade espiritual sem abandonar as práticas que
sustentam a maldição. A bênção de Deus está vinculada aos seus mandamentos.
Se você não tiver a disposição de se ajustar ao caráter de Deus sofrendo
as mudanças necessárias você vai frustrar a libertação ou ela não será
permanente.
3 – Falta
de reação, a passividade espiritual – "se te mostrares frouxo no dia da angústia, a tua força é
pequena." (Pv 24:10)
Quando estamos buscando
libertação precisamos compreender a nossa situação, estamos atados por um inimigo
cruel que realmente quer nos destruir. É vital reagir compreendendo a
suficiência do sacrifício de Jesus. Toda pessoa que se submete a uma libertação
precisa entender que está numa luta, que esta luta pode ser, durante certo
tempo, muito intensa.
Vivemos na era do
relaxamento. A Nova Era tem ensinado as pessoas a relaxar e não a lutar. Os
psiquiatras da mesma forma não estimulam como deviam uma reação, mas
simplesmente é mais cômodo para pessoa se dopar com um medicamento que vai
apenas amenizar os efeitos colaterais do problema sem afetar suas raízes. Um
dos primeiros passos para a cura da depressão é reagir a ela, fazendo os
ajustes necessários ao estilo de vida.
Todo o cristianismo é
uma caminhada prática com Deus, e requer de nós um posicionamento de sermos
diretamente responsáveis por nossas atitudes e escolhas. Não podemos e nem
devemos ficar de braços cruzados esperando que o Senhor ou alguém resolva
nossos problemas, essa responsabilidade é nossa. Deus nunca fará por nós o que
é nossa responsabilidade.
4 –
Motivos errados ou fúteis – “Pedis e
não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tg 4:3)
Deus oferece liberdade
para aqueles que vão usá-la para servirem Jesus com mais eficiência, não para
aqueles que querem continuar numa vida egoísta.
O propósito da
libertação não é só livrar as pessoas dos incômodos causados pelos pecados e demônios
que estão atuando, ou livrar a pessoa de problemas na saúde ou finanças, mas,
sim levar a pessoa para mais perto de Deus para que ela seja um instrumento de
dEle em outras vidas.
Se nossas motivações
não forem essas a libertação fica comprometida, pois os demônios podem novamente
infiltrarem-se por essas brechas.
5 –
Pessoas centradas em si mesmas (desejo de atenção)
No fundo esse desejo de atenção é uma idolatria das
necessidades e um culto às rejeições sofridas.
A autocomiseração destrói o poder da libertação.
Algumas pessoas sempre se sentem ignoradas e não
importantes. Eles querem estar no centro, mas a vida de alguma forma sempre os
coloca às margens. Eles sentem que ninguém se importa com eles.
Uma possível razão é que são oprimidos por demônios.
Quando buscam libertação de repente percebem que
estão no centro das atenções, gostam disto.
E depois de receberem alguma medida de libertação retrocedem porque
julgam que as pessoas não estão dando a mesma atenção que teve no início.
Começam a prolongar o problema como se houvesse
mais coisas para serem ministrados, mas no fundo o que querem não é libertação,
é atenção. Este sintoma de desejo de aceitação pode ser diagnosticado quando a
libertação começa a se prolongar indefinidamente. O padrão de aconselhamento na
libertação exige um começo e um fim, onde a pessoa prossegue andando
responsavelmente com as próprias pernas. O objetivo de um conselheiro é levar
as pessoas da dependência para a interdependência.
Este espírito de carência e manipulação precisa ser
crucificado, caso contrário a brecha fica aberta para demônios voltarem. Esta é
uma das principais estratégias do inimigo devorar o precioso tempo dos
libertadores, à qual eles devem estar atentos. Como Paulo disse: “Que aprendem sempre, e nunca podem chegar
ao conhecimento da verdade”(II Tm 3:7).
6 –
Fracasso em romper com o ocultismo
Não é uma coisa simples alguém que foi envolvido
com ocultismo romper com isto completamente. Muitos envolvimentos
comprometedores são roubados da memória pelo próprio inimigo.
O ocultismo também vicia a pessoa no poder. Muitos
sutilmente são encantados pelo sobrenatural e acabam abrindo uma brecha para o
inimigo agir. A fascinação pela espiritualidade pode facilmente levar uma
pessoa a “servir a Deus” com dons espíritas. Satanás tem os seus meios
convincentes de infiltração. Paulo denuncia que Satanás se transfigura em anjo
de luz. Aqui se confunde profecia com adivinhação, arrebatamento de espírito
com projeção astral e revelação com canalização demoníaca.
“E em
tudo o que vos tenho dito, guardai-vos; e do nome de outros deuses nem vos
lembreis, nem se ouça da vossa boca” (Ex 23:13).
Precisamos também de mudar a nossa linguagem. As
coisas que nos ligam ao ocultismo são freqüentemente sutis e difíceis de
detectar. Precisamos buscar ao Senhor para que Ele nos mostre o que está
oculto, e então quebrarmos isto completamente.
7-
Fracasso em romper com relacionamentos manipuladores e egoístas
Isto é muito comum quando se criou uma forte
ligação de alma através de relacionamentos sexuais ilícitos ou pervertidos.
Muitos destes relacionamentos envolvendo namoro com fornicação, homossexualismo,
lesbianismo, etc. tornam-se essencialmente doentios, representando um foco
intenso de exploração demoníaca.
Algumas vezes não é fácil para pessoa se libertar
de uma pressão egoísta de alguém que a quer manipular. Isto pode vir dos
próprios pais ou até mesmo do cônjuge. Por exemplo, quando familiares ou amigos
preferem ver a pessoa drogado, beberrão, prostituto, deprimido do que vê-la
crente em Jesus.
Não importa quão próximo são estes relacionamentos,
sua completa libertação não virá até que você se desprenda do controle e da
manipulação que esta pessoa esta exercendo sobre a sua vida. Será necessário
romper e se afastar completamente, e deixar que Deus restabeleça este
relacionamento no tempo dele e nos termos dele.
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