DESAGREGAÇÃO FAMILIAR

“Venerado seja entre todos
o matrimônio e o leito
 sem mácula” - Hb.13:4

            Na Lei de Deus e dos homens encontramos ferramentas que permitem a “anulação do matrimônio” e o “desquite”, mas só na Lei dos homens encontramos dispositivos para o “divórcio”.
            As três situações são distintas.
            Anulação é tornar sem efeito um casamento que não foi consumado - Desquite é a separação de corpos, mas o vínculo matrimonial permanece - e o Divórcio é a separação de corpos com quebra do vínculo legal.

Repúdio ou Anulação

Em Dt.24:1 a expressão: “...se não achar graça em seus olhos, por nela achar coisa feia” - significa que se jovens namorados ficam noivos e a moça, por medo de perdê-lo, oculta que não é mais virgem e, depois de casarem-se, o fato é descoberto, a anulação é lícita, entretanto devemos observar que esta não é a vontade de Deus, está escrito: “Ele aborrece o repúdio...” - Mal.2:15,16.
 A Anulação também se dá quando a moça é virgem e o ato conjugal não é consumado por recusa ou repúdio por uma das partes.
               
Desquite

            A primeira carta do Apóstolo Paulo à Igreja de Corintos, traz instruções sobre as dificuldades de um casamento misto e registra a separação de corpos sem a quebra do vínculo matrimonial pelo cônjuge incrédulo mas, instiga a paz e a reconciliação através do cônjuge cristão - 1Cor.7:10,15.
Esta iniciativa deve vir sempre daquele que crê e teme a Deus-“Aparta-te do mal, e faça o bem, busque a paz, e siga-a” - 1Pe.3:11, e também 2Tm.2:22,24 diz: “Foge dos desejos da mocidade, e segue a justiça, a fé, o amor e a paz...rejeita as questões loucas, e sem instrução, sabendo que produzem contendas, e ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser manso para com todos...”. Paulo em Rom.7:1,3 afirma a indissolubilidade do casamento, com exceção apenas em caso de morte de um dos cônjuges.

Divórcio

            A separação de corpos com quebra do vínculo matrimonial não está expressa na Palavra de Deus, muito pelo contrário, está escrito: “Portanto o que Deus ajuntou não separe o homem” - Mc.10:9, e nos versos 11,12 - fica bem claro que nenhuma permissão é dada para a promoção do divórcio, não há cláusula de exceção.
            Leia com muita atenção o que está registrado no evangelho de Mateus capítulo 19: “Vieram a Jesus alguns dos fariseus e o experimentaram perguntando: é lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo? Ele porém respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, e disse ainda: Portanto deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão os dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem. Disseram-lhe eles: Então por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la? Disse-lhes Ele:  Moises  por  causa  da  dureza dos vossos corações vos permitiu repudiar vossas mulheres, mas ao princípio não foi assim, Eu vos digo porém, que qualquer que repudiar a sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério, e o que casar com a repudiada também comete adultério”.
            No primeiro momento poderemos afirmar que este texto expressa uma cláusula de exceção que permitiria o divórcio: “não sendo por causa de prostituição” outras traduções dizem: “a não ser por infidelidade” e “relações sexuais ilícitas”, mas precisamos antes de formar conceitos entender melhor o contexto da afirmação de Jesus.
            Pouco antes da época de Jesus, haviam dois rabinos de escolas de pensamentos contrárias e que apresentavam conceitos antagônicos sobre o tema de divórcio e segundo casamento, uma escola era do rabino Hillel e a outra do rabino Shammai.
            A escola de “Hillel” permitia o divórcio por qualquer motivo, mesmo quando não havia qualquer causa  que  o  justificasse,  bastava o homem ter se cansado de sua mulher ou porque não gostou do que falou ou por ter queimado a comida.
            “Shammai” não aceitava o divórcio por qualquer motivo a não ser por causa de adultério.
            Os fariseus que provocaram o assunto do divórcio com Jesus, queriam que Ele tomasse partido, apoiasse só uma escola de pensamento, por isso perguntaram: “é lícito repudiar sua mulher por qualquer motivo:” a situação aqui era política.
            Está escrito:”Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar mas cumprir” Mt.5:17, Jesus afirma que ele veio cumprir a lei e portanto não poderia contrariá-la, os fariseus vieram procurá-lo com base na lei mosaica e Jesus só poderia responder com base exclusiva na lei e Ele disse:”no princípio não foi assim”, lembrando-os do propósito indissolúvel de Deus para o casamento e a família.
            Os fariseus insistiram jogando em seu rosto a lei de Moises que foi dada pelo próprio Criador, e sua resposta foi contundente, a lei foi instituída por causa da dureza dos corações, da insensibilidade dos sentimentos, da falta de amor e perdão dos homens sem Deus - “e viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” - Gn.6:5, e ainda: “Deus conhece os vossos corações, porque, o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação” - Lc.16:15,  e Pv.14:11,12 diz: “A casa dos ímpios se desfará, mas a tenda dos retos florecerá. Há caminhos que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte” .
            Jesus não disse que a lei dada por Moises concedia carta de divórcio ou repúdio, por causa de adultério - no grego: moichos - o que Ele disse foi:“Eu porém vos digo: quem repudiar a sua mulher, não sendo por causa de prostituição - no grego: phornos - e casar com outra, comete adultério – moichos - Mt.19:9, as mesmas palavras são encontradas em 1Cor.6:9 - “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Nem impuros – phornos - nem idólatras, nem adúlteros - moichos...” - vejamos agora se há exceção.

A CLÁUSULA DE EXCEÇÃO

            No grego, língua original em que a Bíblia foi escrita, tornando-a popular, registra dois termos: PHORNOS E MOICHOS, as aplicações são distintas , o sentido expresso pode ser entendido pelo contexto onde foram inseridas -  ”phorneia e moicheia”.
            Phorneia é a raíz que forma as expressões em português: pornografia, prostituição, fornicação que significa relação sexual entre duas pessoas solteiras.
O solteiro mesmo mantendo uma relação sexual com alguém casado comete prostituição, fornicação, esta relação é, aos olhos de Deus, totalmente ilícita - “As obras da carne são conhecidas: prostituição(phorneia)” - Gl.5:19.
            Moicheia é a raíz que forma a expressão em português: adultério que significa relação sexual de uma pessoa casado com outra que não seja seu cônjuge, mesmo que esta segunda pessoa seja solteira, o ato ilícito é de adultério - “Venerado seja entre todo o matrimônio e o leito sem mácula, porém aos que se dão à prostituição (phorneia) e aos adúlteros (moicheia)Deus os julgará” Hb13:4.
Vamos pensar juntos: se phorneia signica:  fornicação, prostituição - referindo-se ao ato sexual ilícito entre solteiros - pergunto: Existe Carta de Divórcio para que pessoas solteiras se separarem?
            Não! Claro que não! Afinal são solteiros, portanto em Mateus 19:9 que diz - “a não ser por causa de prosti-tuição...(phorneia)” – portanto está se referindo à relação conjugal entre solteiros.
            Vamos verificar agora a tradução que diz: “a não ser por infidelidade”ou “a não ser por relações ilícitas”  (moicheia) - adultério.
            Já sabemos que Jesus não podia contrariar a Lei Mosaica, e Ele nunca a contrariou, Ele não era incoerente, portanto Ele baseia a sua resposta dada aos fariseus, na própria Lei, e ela diz assim: “O homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera” – Lev. 20:10 - “Quando um homem for achado deitado com mulher casada com marido, então ambos morrerão, o homem  que  se deitou com a mulher, e a mulher, assim tirarás o mal de Israel” - Dt.22:22.
            Há uma grande situação em que os fariseus tentaram encurralar Jesus com suas perguntas, e desta vez trouxeram uma mulher pega em pleno adultério - “E os escribas e fariseus lhe trouxeram uma mulher apanhada em adultério (moicheia), e pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada no próprio ato, adulterando, e na Lei nos mandou Moises que as tais sejam apedrejadas. Tu pois que dizes?...endireitando-se Jesus disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela” – Jo.8:3,7 –
Será que Jesus quebrou a Lei nesta situação?
Também não, porque a lei manda apedrejar o adúltero e a adúltera, ambos, e eles haviam trazido somente a mulher para induzirem Jesus ao erro.
            Com todos os exemplos, fica muito claro que, qualquer um achado em adultério teria que morrer portanto, quando Jesus disse: “a não ser por causa de infidelidade” -  Ele   não  cria   uma cláusula de exceção, porque não existe Carta de Divórcio para pessoas falecidas, mortas.
            Em caso de phorneia - fornicação, prostituição, não há divórcio e em caso de moicheia - adultério, ambos morrem, então não há viuvez e nem divórcio de defuntos.
            Confirmando a força da Lei de Deus temos que considerar firmemente o que está escrito em Mt.22:34,40 - “E os fariseus, ouvindo que Ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se no mesmo lugar, e um deles, doutor da lei, interrogou Jesus, dizendo: Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? E Jesus lhes disse: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento, este é o primeiro e grande mandamento, e o segundo semelhante a este é: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos depende toda Lei e profetas”.
            É simples deduzir a Lei: quem não ama o próximo não ama a si mesmo e nem a Deus, leia 1João 4:7,8 e complete este pensamento.o que Ele disse foi: “Eu porém vos digo: quem repudiar a sua mulher, não sendo por causa de prostituição - no grego: phornos - e casar com outra, comete adultério – moichos - Mt.19:9, as mesmas palavras são encontradas em 1Cor.6:9 - “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Nem impuros – phornos - nem idólatras, nem adúlteros - moichos...” - vejamos agora se há exceção.

FONTE- Pastor Oswaldo Del Fiume

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