Eu Quero Conhecer a Cristo.


Teoricamente e de modo geral quase toda a humanidade conhece a Cristo. De modo mais específico os cristãos professam conhecê-lo, embora uma boa porcentagem destes mantenham uma fé periférica. Mediante uma garimpagem na esfera evangélica encontraremos uma rara estirpe de genuínos cristãos que fazem jus à origem desta nomenclatura (At 11.19-26). Ao ler o apóstolo Paulo me deparei com o seguinte pensamento: “abri mão de tudo, desprezei todas as coisas que faziam de mim alguma coisa perante os homens para O conhecer” (Fp 3.4-10). Minha pergunta imediata foi: Como assim? Afinal o apóstolo foi por Ele encontrado no caminho de Damasco, O viu em uma luz insuportável deixando-o cego, ouviu-O chamá-lo pelo próprio nome e foi radicalmente transformado em Seu discípulo e apóstolo, se tornando o maior pregador do evangelho de todos os tempos, sendo responsável por quase 50% dos escritos do Novo Testamento. È este homem que está dizendo que deseja conhecer a Cristo (Fp 3.10). Como boa mineira, me lembrei da primeira vez em que vi o mar aos 16 anos de idade. Voltei para Minas Gerais radiante, dizendo que já conhecia o mar. Penso que esta era a condição do apóstolo. Ele vira o Senhor, se deparara com a Sua glória, havia comtemplado a Sua majestade. No entanto quanto mais adentrava nas suas “àguas”, percebia que sempre havia algo mais para descobrir. O impacto da visão de Cristo causou uma revolução na vida deste homem, outora fariseu convicto e perseguidor da Igreja, Paulo compunha o que de melhor poderia ser encontrado na religião de Israel (Fp 3.5-6). O que ele está a dizer não é que abriu mão de coisas essencialmente ruins, mas dos melhores valores de que um verdadeiro israelita poderia gozar. Ele estava resoluto: Nada mais me interessa, senão a Cristo. Renunciei a tudo “por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo” (Fp 3.8), e só o que me interessa é ganhá-lo e ser achado nele (Fp 3.8-9). O que o apóstolo desejava era se aprofundar nesse conhecimento até as últimas consequências e demonstrou isto em palavras que hodiernamente são ignoradas, pois causam repúdio no atual cenário evangélico hedonista. O apóstolo Paulo deseja conhecer a Cristo tanto quanto for possível, e esse conhecimento passa pelo processo de experimentar o “poder da sua ressurreição” e a “comunhão dos seus sofrimentos”, tomando Sua forma na morte (Fp 3.10). Adiante ele esclarece que ainda não O havia alcançado, mas sem desistir prosseguia para o alvo (Fp 3.12-16) e conclui seu pensamento fazendo um clamor: “Sejam meus imitadores” (Fp 3.17); e tomem cuidado com os “inimigos da cruz” que estão no meio de vocês, cuja característica é se preocuparem apenas com as coisas terrenas (Fp 3.18-19). Quanto a nós, prossegue Paulo, “nossa pátria está nos céus de onde também aguardamos o Salvador, O Senhor Jesus cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da Sua glória, segundo a eficácia do poder que Ele tem de até subordinar a si todas as coisas” (Fp 3.20-21). Até que ponto vai nosso conhecimento de Cristo? Até ao ponto em que Ele morreu por nós, levou nossos pecados e nos libertou no inferno? Este é o conhecimento preliminar e o ponto de partida. É a primeira visão da enorme vastidão de um infinito mar. Somos desafiados a molhar não apenas os tornozelos, mas também os joelhos, os lombos, até que não sejamos mais vistos (Ez 47.1-5). Urge que o cristão volte à experiência da cruz, do sacrifício, da carne queimando no altar, assim e só assim poderemos ver o poder da ressurreição se manifestar de novo no seio da igreja do Senhor Jesus Cristo!


Mis Rosane Duarte

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